Meritocracia: o que é e quais as suas vantagens no âmbito profissional?

Você já ouviu falar em meritocracia? Este é um conceito muito debatido em várias esferas da sociedade e que remonta a acontecimentos históricos importantes, como a Revolução Francesa.

Embora o termo seja cercado de polêmicas, no âmbito profissional a boa implementação de uma cultura meritocrática pode significar ambientes de trabalho melhores, mais sadios e produtivos. Por isso, que tal aprendermos um pouco mais sobre o tema a seguir?

Meritocracia: o que é?

 Em poucas palavras, o termo meritocracia estabelece uma ligação direta entre mérito e poder.

Essa relação está exposta na origem da palavra, que tem sua raiz no latim mereo (ser digno, merecer) e meritum (mérito), e no grego antigo κράτος (krátos), que significa força, poder.

Assim, chega-se ao conceito de alcance do poder por meio do merecimento, onde aqueles que se esforçam e se dedicam em prol de um objetivo devem ser premiados de modo proporcional.

Quando vista sob o modelo meritocrático, a conquista é encarada como fruto natural das virtudes e boas práticas.

A criação do termo

Historicamente, a origem do conceito remonta à ascensão de Napoleão Bonaparte ao trono da França após os acontecimentos da Revolução Francesa.

Napoleão acreditava que a classe ou a origem de uma pessoa não deveria influenciar no ingresso em cargos públicos. O imperador defendia a tese de que todos deveriam ascender socialmente com os seus próprios esforços, e sua ideia reverberou em grande parte do mundo ocidental, como nos Estados Unidos.

O conceito foi então se difundindo, até que em 1958 o escritor e sociólogo britânico Michael Young cunhou pela primeira vez a palavra “meritocracia” em seu livro The Rise of the Meritocracy.

Na obra de ficção, Young abordava o quão ruim era a vida em uma sociedade distópica que levava a ideia de mérito ao extremo. Desde então, o termo se popularizou ainda mais, dando início a uma série de estudos e debates sobre o tema.

A meritocracia no contexto profissional

No contexto profissional, o conceito de meritocracia visa identificar os melhores colaboradores de uma organização e recompensá-los.

Funcionários que exerçam de modo competente suas aptidões profissionais e auxiliam sua empresa a obter os resultados planejados são comumente contemplados com novas posições e outras recompensas, como aumento de salário e participação nos lucros.

Ao optar por um modelo meritocrático, os gestores podem acompanhar diretamente a evolução de suas equipes de trabalho. O objetivo é valorizar e manter na empresa os funcionários que se empenham em suas atribuições, gerando assim crescimento constante e contínuo para a organização.

Se aplicada corretamente, a meritocracia:

●    estimula o desenvolvimento e a produtividade dos funcionários;

●    traz clareza às responsabilidades de cada um dentro da empresa;

●    possibilita acompanhar e metrificar todas as atividades de uma organização;

●    permite que eventuais vagas possam ser preenchidas pelos próprios funcionários;

●    alinha proporcionalmente remuneração ao esforço, valorizando os profissionais;

●    facilita a identificação de talentos dentro de um ambiente;

●    promove a satisfação e a evolução coletiva.

Cuidados e desafios

A implementação de uma cultura meritocrática pode gerar muitos benefícios para uma organização. Porém, há alguns desafios inerentes ao tema que precisam ser combatidos a fim de que o resultado seja o melhor possível.

Primeiramente, é imprescindível que haja planejamento das ações relacionadas ao modelo. Eventuais metas e objetivos de performance propostos aos funcionários devem ser claros e jamais inatingíveis. A empresa também deve optar sempre por valorizar e reconhecer o esforço conjunto, evitando comparações e competições negativas entre seus colaboradores.

Dentro do contexto meritocrático, o foco deve ser a criação de um ambiente que reconhece, agrada e retém aqueles que se esforçam para entregar o melhor. Atualmente, é cada vez mais raro ver funcionários passando muito tempo em uma única empresa, e um dos motivos para isso é a falta de valorização por parte dos empregadores, que acreditam que o talento é rapidamente substituído ou facilmente encontrado.

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